Após a análise, os resultados são entregues à unidade na qual foi realizada a coleta. Nas gestantes colonizadas pela bactéria, a prevenção se dá por meio de antibióticos ministrados no momento do parto, sendo essa uma decisão da equipe médica. Segundo Roger, o exame consiste em coletar uma amostra do canal vaginal e retal da gestante, entre 35 e 37 semanas, por meio de um swab, cotonete específico para a coleta de material biológico.
Em casos suspeitos de infecção, as pacientes são orientadas a observar no recém-nascido sintomas como febre ou hipotermia, irritação, dificuldades na amamentação e falta de ar, durante a primeira semana de vida. Essas orientações são válidas, principalmente, para as gestantes que tiveram a presença da bactéria Estreptococos do Grupo B confirmada no organismo.
Dados da pesquisa
Mesmo parciais, os dados da pesquisa são expressivos. Até o momento, foram coletadas 426 amostras de mulheres grávidas, sendo que 98 delas (23%) estavam colonizadas com a bactéria. As análises também indicaram que os micro-organismos isolados são sensíveis aos antibióticos utilizados de forma preventiva (profilaxia), que são ampicilina e penicilina, principalmente, com taxas de resistência de 2% e 6%, respectivamente.

Najla Matos, Mariana Rodrigues e Roger Lafontaine conduzem o estudo.
O estudo denominado “Prevalência da colonização por Estreptococos do grupo B em gestantes do município de Porto Velho-RO” tem o financiamento da Fundação de Amparo ao Desenvolvimento das Ações Científicas e Tecnológicas e à Pesquisa de Rondônia (Fapero) e do Programa Pesquisa para o SUS (PPSUS). Sob a orientação da doutora Najla Benevides Matos, pesquisadora em Saúde Pública da Fiocruz RO e chefe do Laboratório de Microbiologia, a pesquisa apresenta-se como alternativa para a prevenção da infecção pela bactéria Estreptococos do Grupo B em recém-nascidos. O projeto conta ainda com a participação da enfermeira Mariana Delfino Rodrigues, doutoranda em Ciências Biomédicas. Para Najla Matos, entre os resultados obtidos com o estudo, “a partir do rastreamento da bactéria, em tempo oportuno, pode-se ter um impacto na redução de problemas de saúde pública como a sepse neonatal, por meio da adoção de medidas preventivas”.
O estudo continua com as coletas, dando grande colaboração à saúde das gestantes atendidas nas unidades básicas de saúde em Porto Velho. Roger salienta que as mulheres que fazem pré-natal na rede privada e/ou comunitária e que desejarem fazer o exame, este será realizado gratuitamente, sendo necessário apenas o agendamento da coleta pelo telefone (69) 9 9223-4620 (Roger) ou (69) 3216-5442 (CEPEM / Microbiologia).
Texto: José Gadelha
Fotos: José Gadelha/Anjo Gabriel